Um encontro entre todas as gerações femininas, com muito fortalecimento de todos os conhecimentos e da sabedoria milenar da vida da mulher guarani, o kunhangue reko.
Nós, mulheres indígenas, somos as guardiãs da vida, guardiãs da cura, guardiãs das sementes, guardiãs da língua,

guardiãs da Cultura, Guardiãs do espírito Mbya.

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E por sermos as guardiãs, fomos e somos quem carrega nos ombros calejados toda a resistência da vida. Muitas de nós não vimos nossos pais voltarem de um combate e tivemos que seguir sem eles, outras não tiveram o retorno de seus companheiros por que foram assassinados para tentar garantir um pedaço de terra, ainda há aquelas mães que perderam seus filhos precocemente da vida por estar cercado sem ter para onde correr. Mesmo assim as mulheres não fizeram e não fazem guerras, continuam guardando consigo todas a bagagem de sabedoria da vida.

Muitas de nossas ancestrais partiram sem ter a oportunidade de ao menos chorar seus sofrimentos, mas nos deixou legados, como as que gritaram e não foram ouvidas, mas nunca desistiram de plantar suas sementes acreditando no futuro de nossas crianças.
Hoje estamos aqui para fazer o chamado para que parem, olhem, escutem e respeitem as guardiãs da vida.
Pois se existe uma crença, uma cultura, uma língua e uma espiritualidade, tudo isso está entranhado no nosso ser mulher.

Queremos que cada um ocupe seu lugar de direito, que os xondaro sejam xondaro,
Que as crianças vivam sendo crianças.
Queremos que nossos anciões façam seus papéis sem sofrerem opressões.
Que possamos ver nossas terras demarcadas e vivermos felizes com os nossos parentes.
Queremos respeito.
Queremos viver a vida do nosso jeito, em casa, na política, na luta. Queremos uma vida livre de violências e lutaremos por ela.
 

Convidamos a se juntarem conosco em nossa luta!
Aguyjevete pra quem luta!